terça-feira, 15 de outubro de 2013

DAR AOS FILHOS TUDO O QUE NÃO TIVEMOS!!! ATÉ QUE PONTO ISSO É BOM???!!!

Neste dia do professor transcrevo com a devida autorização excelente texto de autoria da educadora cristã Thais Coutinho, no qual ela questiona até que ponto dar aos nossos filhos, sem que haja um esforço por parte deles tudo quanto não tivemos na infância. 
"Tenho observado em alguns pais de que o esforço maior em trabalhar sem parar está pautado em OFERECER ABSOLUTAMENTE TUDO o que eles não tiveram de brinquedos, festas, passeios e roupas na infância deles mesmos. Como se os filhos fossem uma segunda geração que deve ser "consumistamente" suprida para a realização dos sonhos dos que os geraram.  Parece bonito quando relaciono isso aos investimentos de alma, mente e coração, e até acredito que isso passa na minha mente enquanto mãe também em alguns casos. Porém minha reflexão está sobre os "males" em que essa "bondade" que observo nas passarelas do "Center-Vale" e "Colinas", (os dois principais shopings de São José dos Campos - SP) da vida se deterioriza nas relações mais simples de uma criança levando até a adolescência e produzindo os pequenos "bebês" adultos. Imagino que a mídia tem tido uma influência cada vez maior na personalidade das crianças que crescem adquirindo os hábitos de pensar com os OLHOS.... Sabemos que não vamos abolir a TV e nem frear a internet de velozmente se conectar com os desejos frenéticos pela vaidade humana, mas....entendo que nós ( como adultos da geração x e y), também estamos alterando nossa maneira de analisar que deveria ser primeiramente "vendo" para "pensar" e depois "agir". As fases mais belas da infância estão sendo vendidas. Uma escola que não tem cara de shopping, não atrai mais os olhares dos pais que antes se preocupavam com os livros e com a formação do professor, hoje o que vale são as "luzes, câmera e ação" dos valores que a moda tecnológica produzirá. Não importa mais se a escola utiliza-se dos cadernos de caligrafia, não importa mais se os livros ensinam para a vida, não importa mais se os alunos aprendem com as relações "humanizadamente" ensinadas nos eventos e trabalhos escolares... O que importa para muitos é se a escola está concorrendo com o universo das "compras" da internet... do glamour do dinheiro e do hedonismo. Uma festa de aniversário não tem mais gosto de casa cheia, de mãe fazendo bolo, de brigadeiro na panela com as crianças enrolando, de bexigas sendo enchidas pelo fôlego de todos da família.... Hoje elas tem o gosto de grandes salões luxuosos com mini parques temáticos, explosões de fotos e funcionários por todo lado servindo e "endeusando" o momento "caro" para se comer o brigadeiro que custou a mesma coisa para se fazer como antigamente. Os brinquedos que não falavam e nem mexiam existiam pelo simples fato de que nós (enquanto crianças antigas) é que oferecíamos a magia da existência deles, as bonecas podiam ser bonecos, podiam ser filhos, pacientes do consultório de brincadeirinha, alunos da escolinha.....(minha brincadeira predileta até os 14 anos.... kkkkk) Os carrinhos podiam ser de polícia, de bombeiro que era o namorado da Barbie.... pois os "sons" e os roteiros daqueles dias é que transportavam nossas "virtuais" ideias para o real imaginário e concreto das brincadeiras. Montar a "enorme" casinha de bonecas com sucata e panelinhas, as vezes era o que mais tomava o nosso tempo nas tardes com as amigas da rua (sim os vizinhos eram amigos da infância). E era tão mais legal esse momento criativo do que a própria encenação que fazíamos com as bonecas. Aprender a andar correndo de bicicleta sem rodinhas, de skate ou "rolemâ" (sim eu gostava das brincadeiras de moleque) fazendo o "tour" pelas ruas até a hora do café da tarde, escorria em nossa alegria na água "suja" que saia do pé na hora do banho..... (kkkkkkkkk). As roupas que ganhávamos dos primos, amigos e irmãos que cresciam eram apreciadas por nós, como se tivessem chegado da loja, pois não importava de quem elas tinham sido, elas se tornavam "realmente" nossas quando eram entregues para nós.... A sensação era de que assim como quem nos havia "passado" as roupas tinha crescido, nós também cresceríamos e os menores do que a gente usariam essa roupa que tradicionalmente era reformada marcando nossas histórias e acompanhando as fotos na linha do tempo. As fotos então???.... Eram uma caixa de surpresa, não importava se elas ficavam bonitas na hora (pois era impossível saber), nós continuávamos a fazer poses imaginando que depois de MUITOS dias talvez veríamos como elas ficaram..... e essa surpresa de abrir o envelope com as fotos reveladas pelo filme da máquina nos dava imensas sensações, como as de suspense, emoção, risadas e decepção.... Descubro a cada dia que sou uma "binomial" pessoa da geração y pois ainda tenho minha capacidade de ser saudosista e de achar que algumas coisas eram bem melhores do que hoje, mas também sou fascinada pelas inovações desde que estas não alterem nossos mais dignos valores de "sermos" além de "possuirmos". Entendo que realmente "parafraseando" o que li de um pastor, é necessário que nós como pais não "compremos" de tudo o que surge para os nossos filhos como se isso fosse completar o que faltou em nossa infância, pois o que nos "faltou" muitas vezes foi aquilo que nos tornou COMPLETOS... ou COMPLETAMENTE capazes de realizarmos os sonhos de nossos filhos, sem que eles se tornem objeto para sanar nossas frustrações que se tornam bem pequeninas se comparadas aos problemas que criamos num infante que só consegue ser feliz se ensinarmos que o que se leva da vida é o que se "vende" para ela..... Lutando juntos para uma geração que evolui no tempo sem perder as melhores âncoras do ser humano......Estou nessa também....e não desisto...".  
THAIS COUTINHO - Mãe, professora por vocação, educadora cristã protestante, diretora da Escola de Educação Presbiteriana da Igreja Presbiteriana do Jardim São Vicente de São José dos Campos - SP.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O QUE DAR A NOSSAS CRIANÇAS NO SEU DIA?

Dia 12 de outubro comemora-se em nossa Pátria o “DIA DA CRIANÇA”, reconhecido oficialmente pela Igreja Presbiteriana do Brasil como o  “DIA NACIONAL DA CRIANÇA PRESBITERIANA”. É dia de alegria, festa, comemorações, doces, presentes, brinquedos, brincadeiras..., etc. Contudo, diariamente nos assustamos com as informações da mídia, acerca do abandono, desnutrição, analfabetismo e morte de nossas crianças, consideradas “a esperança da Pátria”. Nossas autoridades, talvez até inspiradas na Bíblia vem estabelecendo regras, definindo direitos e a maneira de preservá-los, através da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que infelizmente nem sempre são praticadas. Devemos sempre lembrar que a Bíblia responsabiliza os pais por dar a seus filhos uma educação, que além de leva-los a Cristo deve contribuir para formar pessoas saudáveis, comprometidas com a moral, com a honestidade, com a ética, e com a transformação da sociedade.  Eles são exortados a ensinar seus filhos que o Deus revelado na Bíblia, como o Criador e Sustentador do Universo é o único Senhor, e que Ele deve ser amado com toda força, alma e coração; e que devem ser criados na disciplina e admoestação do Senhor (Deuteronômio 6.4-9; Efésios 6.4). As igrejas Protestantes incluem em sua dinâmica a dedicação de seus filhos a Deus. Algumas o fazem através do batismo infantil, outras por uma cerimônia chamada de apresentação. Nessas ocasiões o Pastor instrui os pais sobre  a maneira que devem criar seus filhos e  ora por eles. E, geralmente os pais fazem as seguintes promessas em relação a seus filhos: “ENSINAR-LHES A BÍBLIA; LEVÁ-LOS REGULARMENTE AO TEMPLO; ORAR POR ELES E COM ELES; SERVIR-LHES DE BONS EXEMPLOS DE PIEDADE; CRIÁ-LOS NA DISCIPLINA E ADMOESTAÇÃO DO SENHOR; FAZER TODO ESFORÇO PARA LIVRÁ-LOS DAS MÁS COMPANHIAS E DE MAUS EXEMPLOS; ENSINAR-LHES A ADORAR AO SENHOR COM REVERÊNCIA E A ESTIMAR COMO IRMÃOS OS DEMAIS MEMBROS DA IGREJA; ENSINAR-LHES DESDE A MAIS TENRA IDADE A RESPEITAR O CULTO E A PARTICIPAR DELE”. Com tristeza constatamos que tais promessas acabam sendo descumpridas. Que juntamente com as festividades naturais do “DIA DA CRIANÇA”, resgatemos o dever de criar nossos filhos de tal maneira que conheçam a Jesus Cristo como Salvador; vivam como seus verdadeiros discípulos, glorificando a Deus em tudo; e contribuindo para o desenvolvimento e a melhoria de nossa sociedade.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

DAVID LISBÔA


Se fosse vivo, amanhã dia 19 de julho meu avô paterno, DAVID LISBÔA  completaria 104 anos. Há quase 16 anos (setembro / 1997) Deus interrompeu sua existência terrena e seu sofrimento, e com certeza ele hoje está ajudando a cuidar do coral celeste!!! David Lisbôa, "seu" David, Vovô David, filho do Rev. Pedro Lisbôa e Henriqueta Lisbôa sempre foi exemplo de bondade, paciência (uma de suas principais qualidades), humildade, amor, e consagração a causa do Mestre, especialmente na área da música.
 Quer ao órgão ou ao violino, na regência segura do coral, ou mesmo na orientação do canto congregacional sempre esteve lá David Lisbôa, deixando sua marca, ensinando, conduzindo, nunca permitindo que se cantasse ou tocasse em desacordo com a partitura, de forma relaxada ou desafinada. Era muito rigoroso nos testes que fazia nos candidatos a coristas!!!! Quantos não foram recusados!!! Viveu praticamente em duas cidades: JACAREÍ, no Vale do Paraíba onde se casou com Benedita de Alvarenga Lisbôa e nasceram os filhos Pedro, Josias, Rachel, David Júnior e Lóide Maria. Nessa época frequentava a Igreja Cristã Evangélica, que durante um período foi pastoreada por seu pai. Trabalhava como alfaiate. As dificuldades aumentaram muito no pós-guerra, ficava cada vez mais difícil prover o sustento para a família.   
[Henriqueta Lisbôa]
[Pedro Lisbôa]


E, SANTO ANDRÉ, no ABC Paulista, para onde mudou-se no final da década de 40 do século passado, indo residir inicialmente no bairro de Camilópolis na rua Miquelina, mais tarde muda-se para bairro de Santa Terezinha, um dos primeiros a ocupar as "CASAS POPULARES". Em Santo André nasce o caçula, Jairo. Participou ativa e entusiasticamente da Igreja Evangélica Congregacional de Camilópolis, exercendo por longos anos as funções de Presbítero, Professor da Escola Dominical, Organista e Regente do Coral. Em Santo André viu os filhos crescerem, se firmarem na vida, casarem-se; viu a chegada dos netos e dos primeiro bisnetos.
 
Tinha um carinho muito grande com os filhos, e evidentemente com os netos. Recebia a todos com muita alegria. Sempre tinha algo especial a nos oferecer, um chocolate, uma bala, um salgadinho, etc, que trazia da cooperativa onde trabalhou por longos anos, até conseguir a pequena aposentadoria. Lembro-me com saudades dos tempos em que eu pequeno, após a aula da Escola Dominical, sentava-me ao seu lado ao órgão, lugar muitas vezes disputado com os outros netos! Era bom vê-lo alegremente regendo o coral da Igreja de Camilópolis. Mesmo já se passando 16 anos de sua partida, sua presença é muito real em nossa vida, e creio que sempre será. A música e sua influência foram tão grandes na vida de sua família que por ocasião de seu falecimento formou-se um grande coral, composto pelos filhos, netos, bisnetos, etc, que tristes pela separação, mas gratos por sua vida, louvaram Aquele que lhes legara o esposo, pai, avô, David Lisbôa!!!


[Participando da cerimônia de noiva do neto "Robertinho"]


[Participando de minha colação de grau - Ciências Jurídicas e Sociais - Março de 1986 em Taubaté]


Quero encerrar essa singela homenagem transcrevendo o poema postado por meu tio David Lisbôa Júnior que despertou-me a escrever este texto.

Dezenove de Julho – Papai, um Poema pra Você.


“ Potéco cajimbuti “
Era assim que me chamavas, papai Para o aconchego do teu colo
Para a marcha pela casa. Ao som da bandinha que saía dos teus lábios :
“ tá – ta, pititá – tá – tá ..."
em alegre sonoplastia.

Para a sela do cavalinho, tua perna esguia, 
Que fazia : “ pacatau – pacatau – pacatau ... “

Para o alto do teu ombro erguido, pelas ruas da cidade
Às compras de Natal.
  
Pelas ruas de Suzano, numa noite escura :Não sabia por que ia pra casa do Zé Cardoso.
Mas lá do alto, posição segura  Assistia - que gostoso...
Debruçado em tuas costas- Ao deslizar do calçamento que corria
Veloz sob teus seguros passos

E à nossa sombra que crescia e sumia, nos rodeava e girava 
Na dança que fazia quando um poste de luz passava.
E, no trem, quando, segurado por teus braços
Eu admirava, extasiado, os fios do telégrafo
Que subiam e desciam, iam pra longe e voltavam
E só sumiam quando a estação chegava.

“Ora, faça idéia ! ...” Era assim que tu ralhavas, papai,
Quando eu teimava em mexer  Nos teus gizes coloridos de alfaiate.

... Que ternos caprichados! Que mangas bem pregadas! Que perfeito caimento! ...
Quantas noites entre linhas e entretelas. Dedal dourado, alinhavando meu futuro, garantindo meu sustento.

“ Deus te abençoe! “ Era assim que tu me davas, papai
A tranqüilidade para o sono. E, de joelhos, à beira da cama
Infalivelmente todas as noites. O exemplo de fé.

Ô nhá Carola, Que cocê qué ?
Ovi dizê cocê qué sê minha muié ...
Quem foi que disse ? Eu discunfiêi ... “

Era assim que tu divertias, papai. Aquele povo querido que, nas sociabilidades, se reunia
... E ria, ria que ria ... . A nossa Lóide Maria chorava, ficava brava ...
Eu, não; até me orgulhava de ter um pai talentoso ...Que engraçado tu eras :
“ Não quero outra vida, pescando no Rio de Jereré ... “

Do Seo Guilherme a sanfona, Mais ria do que tocava ...
É assim que me recordo hoje, Dos tempos em que eu crescia.

Cresci. Hoje sou pai. Mas não sei se saberia
Fazer para os meus filhos, que crescem, Tudo o que me fazias.
Tudo o que fizeste.

Acalenta-me um grande orgulho: Habilidoso alfaiate, músico sensível
No violino ou no harmônio, Ou à frente do coral
Meigo, compreensivo e paciente.
Batuta de prata e ébano
Na mão do Supremo Regente.

Teu filho, Davizinho.
Em Dezenove de Julho


MCMXCIV

[Bodas de Ouro - abril/ 1982 - Camilópolis]



[Taubaté - início - década de 80]





UMA HERANÇA INESTIMÁVEL - 65 ANOS DE ORGANIZAÇÃO DA IGREJA EVANGÉLICA CONGREGACIONAL DE CAMILÓPOLIS

[ TEMPLO, QUE SUCEDEU O PRIMEIRO SALÃO DE CULTOS ]

O dia 18 de julho marca um momento significativo para os evangélicos de Santo André, a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, e especialmente para todos quantos tem algum tipo de ligação com a Igreja Evangélica Congregacional de Camilópolis. Pois, neste ano de 2013 celebram-se os 65 anos de organização dessa igreja. Tive o grande privilégio de frequentá-la durante toda minha infância e início da adolescência. Meus avós e pais participaram de sua fundação e seu desenvolvimento. Através de dedicados servos de Deus não apenas ouvi a mensagem salvadora do Evangelho, sendo levado a crer em Cristo pela obra gloriosa do Espírito Santo, mas também fui ensinado acerca das doutrinas contidas na Bíblia, a honrar a Deus com minha vida, a cultuá-lo, a testemunhar de seus gloriosos feitos, a preservar o universo, a ser grato, a honrar meus pais, a amar e respeitar as pessoas. A Igreja Evangélica Congregacional de Camilópolis é herdeira do primeiro trabalho evangélico a ser organizado no Brasil, que deu origem a IGREJA EVANGÉLICA FLUMINENSE, sediada na cidade do Rio de Janeiro, na rua Camerino nº 102, organizada em 11 de julho de 1858, fruto do  trabalho missionário desenvolvido pelo Dr. Rev. Robert Reid Kalley e sua esposa Sarah Poulton Kalley. 

[Rev. Dr. Robert Reid Kalley]

O Rev. Robert Reid Kalley (08.09.1809 - 17.01.1888) foi médico e pastor escocês. Desenvolveu profícuo trabalho missionário em nosso País, nos tempos do Império, durante 21 anos, ao lado de sua segunda esposa, Sarah Poulton Kalley. Chegaram em nossa Pátria no dia 10 de maio de 1855, iniciando no dia 19 de agosto do mesmo ano, em Petrópolis, onde foram residir, as bases da primeira Escola Dominical do Brasil.  Nessa oportunidade  Dª. Sarah Kalley contou a história de Jonas a cinco crianças. Essa foi a primeira Escola Dominical em solo brasileiro, cujo funcionamento não foi interrompido. A data é considerada a do início do trabalho evangélico no Brasil, em língua portuguesa de caráter permanente. Sarah Poulton Kalley (1825-1907), além de todo o apoio dado ao esposo, destacou-se especialmente no trabalho missionário realizado nossa Pátria, fundando a primeira união auxiliadora feminina em 11.07.1871 e participando da organização do primeiro hinário evangélico brasileiro, o SALMOS E HINOS, sendo que cerca de 200 hinos são de sua autoria. O trabalho missionário do casal Kalley contribuiu para o surgimento das Igrejas Evangélicas Fluminense e Pernambucana, além de expandir o evangelho para diversas regiões do Brasil, e deu origem a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil.

[Sarah Poulton Kalley]

Com o passar do tempo, através do trabalho dedicado de leigos e pastores, os frutos das atividades missionárias iniciadas pelo casal Kalley, mediante a Graça de Deus, começam a atingir variadas regiões do pais. E, por fim chegam a Camilópolis, uma pequena vila em formação, do hoje bem desenvolvido e importante município de Santo André, no estado de São Paulo. O bairro de Camilópolis era conhecido com "vila sem reboque", porque as casas não eram revestidas por fora, as ruas eram sem calçamento, não havia água encanada. No início da década de 40 do século 20 chega a esse bairro, oriundo da cidade Santos, o Presbítero Juvenal Augusto Soares Feliciano, acompanhado de sua esposa, Aurora, e dos filhos Joel, Rute, Àurea ("Didi"), Gessy, Juvenal ("Dudu"), Sulamita ("Sula"), Janete, Valter, Roberto e Heraldo; foram residir na rua do Centro nº 721. Juvenal era  funcionário da prefeitura, e além de outros melhoramentos trazidos para o bairro, graças a sua iniciativa, destaca-se a construção do cemitério de Camilópolis. Distante de sua igreja de origem, e sem nenhuma outra que pudesse frequentar, Juvenal, crente fiel e zeloso, nunca deixou de realizar em sua residência, com a participação de sua numerosa família reuniões de estudo bíblico e adoração ao Senhor. Mas, ele tinha um coração apaixonado pelas almas perdidas, e desejava transmitir aos moradores daquele bairro a mensagem do evangelho de Cristo Jesus. 




[Juvenal e Aurora Feliciano]


Passou a convidar a vizinhança para participar dos cultos. Em frente a sua casa residia uma família oriunda da cidade de Rio Claro. A família Oliveira. Guilherme Alves de Oliveira era o dono da casa. Homem simples, entusiasmado, de alegria e gargalhadas contagiantes; sanfoneiro, promovia bailes em sua casa, ao mesmo tempo em que Juvenal realizava os cultos do outro lado da rua. Guilherme animava os bailes e festanças da região com sua alegria e sua sanfona. Deus tinha um plano grandioso para aquele bairro, e usou Juvenal Feliciano para transmitir o Evangelho a Guilherme Oliveira, começa a nascer a Igreja Evangélica Congregacional de Camilópolis. A família de Guilherme também era numerosa. Sua esposa Tereza Alves de Oliveira, a "Tata". Os filhos: Rubens, Julio, Jovita, "Guilhermino", Anatildes, a "Nenê", Dilce a "Tica" e Moacir. Um dia Juvenal resolveu convidar Guilherme e sua família para participar da Escola Dominical; Guilherme aceitou com a condição de Juvenal participar de um dos seus bailes, o que nunca aconteceu. Durante aquele encontro Guilherme, ouvindo os hinos, saiu em busca de sua sanfona para acompanhar aqueles crentes, que louvavam a Deus com tanto entusiasmo. A partir daquele dia acabaram-se os bailes, Guilherme converteu-se a Cristo, e ele e aquela sanfona, apelidada carinhosamente  de "sanfona convertida", porque passou a ser usada exclusivamente para o louvor do nome de Deus, passaram a estar presentes em todas as atividades daquele grupo, que dia a dia ia crescendo e formando a Igreja Evangélica Congregacional de Camilópolis.

[Família Feliciano em frente a residência na rua do centro nº 721,  bem ao centro, sentado destaca-se o pioneiro do trabalho evangelístico em Camilópolis e patriarca da família Feliciano: Juvenal ( de gravata borboleta),
ao seu lado esquerdo, sua esposa Aurora, assentadas, ladeando o casal filhas e noras,
 atrás de pé, filhos e genros, crianças assentadas no chão, a primeira geração de netos]


[Família Oliveira: ao centro, assentado com a sanfona, o patriarca "seu" Guilherme]
O dia 18 de julho de 1948 foi de grande júbilo, pois, nele foi organizada pelas autoridades eclesiásticas competentes a Igreja Evangélica Congregacional de Camilópolis, já tendo como sede o seu atual endereço, Rua Santa Izabel nº 460 - Camilópolis, uma travessa da Rua do Centro, e bem próximo ao local onde os primeiros cultos foram realizados na residência da família Feliciano, em frente a residência da família Oliveira.



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ESPERANÇA, AO INVÉS DE DESILUSÃO

Ontem, num bate papo virtual, uma bela mulher, jovem, pouco mais de 30 anos, cheia de vida, fiel a Deus, revelou-se desiludida com a sociedade. Fiquei triste com a constatação, mas não pude deixar de concordar com algumas das razões apresentadas.
São tantos fatos envolvendo traição, injustiça, corrupção, desonestidade, e tudo quanto representa a negação do que sempre foi considerado normal, ético e moral, que acabamos ficando também desiludidos e desejando que tudo se acabe. E o que é pior, perdendo qualquer tipo de esperança, deixando de sonhar, o que em última instância nos faz parar de viver.
Contudo, a Palavra de Deus nos assegura que Deus nunca deixou o controle desse universo, o que é dia a dia confirmado por nossa experiência, do seu cuidado, amparo, consolo, proteção e orientação. 
A prática e o aumento da maldade, injustiça, e corrupção não é o resultado da inatividade de Deus no mundo, mas sim da rebelião do homem contra Deus, teimando em viver como se Ele não existisse, não fazendo conta de Sua vontade, e nem reconhecendo que ele depende inteiramente da bondosa e poderosa ação de Deus sobre sua vida.
Isso é claramente comprovado pela preservação da vida humana e do universo, e especialmente pelo fato de Deus, através  de Cristo Jesus, separar aqueles que conduzidos pelo poder do Espírito Santo, respondem positivamente ao convite da Graça, tornando-se seus filhos, discípulos de Cristo, passando a viver para glorificar Seu nome, através de um comportamento que lhe seja agradável, e abençoe as pessoas perdidas, sem rumo, e sem qualquer tipo de esperança ou segurança.
Além de recebermos vida, esperança e segurança, resultantes da obra de Cristo, temos o privilégio de contribuir para que nossa triste sociedade tenha uma vida com menos corrupção, injustiça e maldade.
Ao invés de desiludidos com o que vemos, devemos viver a integridade do Evangelho de Cristo, para que através de nós, Ele transforme a desilusão em esperança.